Uns meses depois de voltarmos da nossa viagem pela América do Sul, soubemos que vinha mais uma criança a caminho. Depois de o Zé Maria nascer, era piada frequente dizerem-nos que agora tínhamos de o “compensar” por não ter passado pela expedição latina dos irmãos.
A verdade é que foi crescendo em nós o bichinho de voltar a partir.O tempo era favorável. A Maria trabalha a recibos e pode assim estar fora dois meses sem perder o emprego. Eu posso gerir a empresa e continuar a traduzir em qualquer parte do mundo. Dentro dos limites das férias escolares e do orçamento, era só fazer um plano.
O Sudeste Asiático foi a opção natural. Nem a Maria nem eu conhecíamos. Todos nos diziam que era seguro, barato e child-friendly. E, embora ambos sejamos assumidamente “team latino”, achámos que era altura de mostrar aos miúdos uma cultura mais diversa.Para começar, já conseguimos cumprir um objetivo de sobrevivência para quem vai andar a saltitar de cidade em cidade, sob um calor húmido terrível: com mais um elemento, levamos menos uma mala de porão – a roupa de todos numa mala! A Maria e eu trouxemos mochilas com outras cenas (portátil, fraldas, higiene e farmácia), a Luísa e o Manel escolheram os brinquedos que queriam trazer nas suas mini-mochilas e o Zé traz só o carrinho.
Durante oito semanas, vamos pisar oito paises: Emiratos/Dubai, Singapura, Malásia, Vietname, Cambodja, Tailândia, Laos e Hong Kong/Macau. A um ritmo médio de uma cidade a cada três dias, vamos de coração aberto para absorver estes cenários de templos dourados, monges de laranja, elefantes e macacos, arranha-céus e praias de filme. Como bons sentimentais, vamos passar a primeira semana a matar saudades em casa de uma grande amiga, faremos praia com amigos do peito e procuraremos vestígios da pátria lusa.
Venham daí connosco!
